
Meu nome é Marcos Petry e como você já deve saber sou escritor, palestrante, músico e produtor de conteúdo no canal Diário de um Autista, mas quero que conheça a minha história.
Tudo começou após problemas ocorridos no pós-parto, quando fui acometido de desidratação profunda, o que ocasionou CIV (Comunicação Interventricular) e uma lesão cerebral.
Aos onze meses de idade, passei por uma cirurgia cardíaca de emergência. Já recuperado, o foco mudou para o aspecto neurológico. Não esperávamos que o diagnóstico obtido do neurologista, um dos mais renomados de Santa Catarina, fosse tão enfático:
“Ele é cego, surdo e nunca vai caminhar, não há o que fazer!”.
Foram estas as palavras ditas aos meus pais e eles, não conformados com o diagnóstico, buscaram informação e ajuda. Foi então que encontraram esperança de reabilitação através da Escola Charlote com a aplicação do Método Véras, interpretação brasileira do método desenvolvido nos anos 1940 por Glenn Doman, embarcando numa jornada de muito descobrimento, resignação e luta.
Meus pais atravessaram horas diárias de treinos para a reorganização neurológica, estimulando as partes sadias do cérebro. O programa constituía-se em levar ao cérebro os padrões de desenvolvimento ditos normais, visando as seis inteligências: tátil, olfativa, auditiva, de mobilidade, da linguagem e a inteligência visual – comportamentos, estes, que levaram a um desenvolvimento pleno e que me gerou autonomia.
Mas algumas características começaram a chamar atenção no meu dia a dia: não estabelecia contato visual, achava difícil me socializar, era intolerante a sons, tinha dificuldades de lidar com a coordenação motora fina, fora que minhas rotinas eram restritas ao dia a dia e fazia movimentos repetitivos… E então uma amiga, que na época estudava Psicopedagogia, veio até nós e comparou meu comportamento ao autismo. Nunca tive um laudo da condição por especialistas.
O tempo passou e decidi que queria ajudar famílias e pessoas autistas, daí criei o canal do Youtube “Diário de Um Autista”, onde posto vivências e discussões a respeito do potencial dentro do Espectro. Desde então tenho percorrido o Brasil inteiro, realizando palestras para compartilhar minhas leituras, estudos e vivências do Autismo, suas potencialidades e desafios.